quarta-feira, 31 de agosto de 2011

País Tropicalixo

É tanta sujeira, maracutaia, sem-vergonhice e escrotice neste país que, se fosse escrever a letra de “País Tropical” pros tempos atuais, o Jorge Ben Jor (que na época era só Jorge Ben, ou seja: até ele mudou) poderia fazer uma coisa mais ou menos assim:

Moro num país marginal, controlado pela Globo
E esculpido pela esperteza, mas que safadeza
Em 2014 (em 2014)
Tem mundial (tem mundial)

Já tem empreiteira metendo a mão
A CBF é Flamengo
Mas tem um amigo
Chamado Andrés Sanchez

Dancei
Dancei

Por que eu não virei político?
Pois é, pra viver em Brasília
Com toda minha quadrilha, meus capanguinhas me protegem
Pois é, essa é a razão da roubalheira
Do poder, dessa política brasileira

Sou babaca
Ela é Roriz
Sou babaca
Ela é Roriz

Jaqueline Roriz: a cara, de pau, da mais nova derrota da sociedade brasileira. Parabéns, canalhas! 

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Incompetência x Incompetência

Uma semana Gre-Nal geralmente suscita os mais diversos sentimentos em nós, gaúchos. Os meus, particularmente neste clássico, ficaram por conta das lembranças de todas as besteiras feitas pela dupla desde o começo do ano. E quando a gente enumera todas as cagadas, fica fácil entender por que hoje um luta por uma vaga na sul-americana e outro pra não cair. Observe comigo este Gre-Nal de estupidez e incompetência e não perca a conta:

O que se faz com o técnico de um time como o Inter que perde para uma tribo do Congo e impõe a maior vergonha do clube em 102 anos de vida??? No Beira-Rio, ele ganha aumento e um contrato de 1 ano. Começar o ano com Celso Roth foi um erro imposto pelo Comandante Supremo Fernando Carvalho, a contragosto do vice da época, Roberto Siegmann. Não podia dar certo, né?
Agora, o que se espera de um presidente deputado que assume seu clube falando, já no discurso de posse, na Batalha dos Aflitos, nas nádegas do Kidiaba e que tem que engolir o Renato Portaluppi, um ídolo 1 milhão de vezes mais importante na história do clube?
Estes erros cobrariam sua conta mais tarde. Aguarde.

Como se a experiência em poupar jogadores para perder para o Mazembe não bastasse, a diretoria colorada decidiu poupar as bonecas do Gauchão para se prepararem bem pra perder nas oitavas da Libertadores dentro de casa. Resultado: o fiasco do time B fez a diretoria voltar atrás e fazer com que as bonecas titulares finalmente fizessem aquilo para o qual recebem fortunas: jogar. Coerência? Não temos.
Olha, não vou nem entrar no mérito do fiasco constrangedor da diretoria gremista ao anunciar a contratação do Ronaldinho, alugar caixas de som e o escambau pra depois tomarem um novo e desconcertante drible do dentuço. O fato foi que aquela novela desviou o foco dos gloriosos comandantes tricolores que, entre outras babadas, deixaram o Jonas sair do Olímpico, seguindo aquela tradição imortal de perder os principais jogadores sem receber um só centavo. E esta cagada, de maneira alguma, deve entra na conta do Duda Kroef. Ela vem com o carimbo e o selo de qualidade do presidente deputado Paulo Odone.

Duas cagadas em uma. O vice da época, Roberto Siegmann contratou Paulo Roberto Falcão a contragosto do presidente da rodoviária. 1ª cagada: se o presidente não queria, por que contratar?
2ª cagada: nem deram tempo pra que Falcão arrumasse todas as heranças malditas de Celso Roth e ainda colocasse o time pra jogar. Com 1 mês e meio, o cara foi corrido do Beira-Rio junto com Roberto Siegmann.
Fala sério, né, pessoal? Lins, Rafael Marques e Diego Clementino não têm nada a ver com chuva de papel picado, volta olímpica e brasão da Conmebol na camiseta. A gloriosa diretoria tricolor acreditou realmente que não precisava reforçar o time pra Libertadores? Deu no que deu.

Nada, mas nada mesmo justifica a quantidade nababesca de merda no ventilador jogada por Falcão e Siegmann após a degola. Chutaram o balde e emporcalharam o nome do Inter que é muito maior do que qualquer um deles. O mimimi da dupla só acabou evidenciando o quão podre está a política do Internacional. Ninguém se entende, ninguém confia em ninguém e todo mundo pensando somente em si e na sua projeção.
Mas você acha que o Grêmio deixaria este placar barato? Claro que não. Brigas políticas, Arena, interesses pessoais e dirigente enfiando o dedo no olho de companheiro de direção. O clube fica à mercê de um bando de pavões tentando se projetar às suas custas numa política suja capaz de transformar Sarney e Cia em freiras da Companhia de Maria.

A espera por um novo técnico foi realmente um dos momentos mais patéticos até agora. Primeiro porque mostra claramente que, ao demitir Falcão, o presidente da rodoviária não tinha a mínima ideia de quem buscaria, num roteiro de causar inveja ao Didi. E nessa patetice, sofremos com a possibilidade de ver Cuca, Paulo Autuori, Nelsinho Batista e até o estagiário de interino Osmar Loss no comando do colorado. Este último, inclusive, merece menção honrosa nesse texto pela burrice, incompetência, covardia e total desconhecimento para escalar um time, no mínimo, racional.  Provou por A + B que vai passar ainda muito tempo indo ao CIEE pra arranjar algum estágio.
Grêmio empata em casa com o Avaí, presidente deputado demite Renato no ar e aí vai em busca da solução mágica: “Claro! Vou tirar o Julinho Camargo do Inter. Vai ser o meu golpe de mestre. Vou poder me candidatar a Governador depois dessa.” Mas como respaldar um técnico em início de carreira com uma diretoria tão consistente quanto um mingau? Aguado?
Pra completar, trouxe Celso Juarez Roth, uma espécie de Claudio Duarte dos tempos modernos.

A insistência com alguns jogadores do Inter e suas posições em campo é incompreensível. Quer dizer, em alguns casos citados abaixo, até não é. Mas eu não tenho provas, então, não posso escrever. Wilson Matias, Bolívar, Nei, a entrada relâmpago do Marquinhos na final da Recopa e seu sumiço tão rápido quanto, a miopia em ver o Tinga como armador/homem de frente, a contratação do volantão Sandro Silva mesmo tendo mais de 5 volantões no grupo e a falta de um homem de frente pra substituir o Zé Roberto são exemplos da inaptidão da gloriosa diretoria do Inter em montar uma equipe decente.
Mas e o Grêmio? Com relação a centroavante matador está muito bem: tem o artilheiro do Brasileirão. Ah, não tem mais, né? Isso porque se desfez do Borges, continua pagando parte do seu salário e, de quebra, ainda reforça o Santos – seu concorrente atual na luta contra o rebaixamento. Bom, pelo menos conta com o Viçosa – o cara que fez três gols em dois Gre-Nais. Ah, este também foi dispensado e agora tá ocupado empilhando gols no Sport.

E a reforma no Beira-Rio que está parada, muito por causa de punhetas internas entre conselheiros que não têm porra nenhuma pra fazer e que adoram um holofote e um microfone ligado? Vai sair? Até acho que vai. Mas sabe aquela maquete bonita que fica exposta lá no Beira-Rio? Tira uma foto e guarda, bem guardada porque aquilo era um projeto pra um clube com um conselho maduro e sem interesses pessoais acima dos interesses do clube. Portanto, esqueça. Vai ficar um remendão. Parabéns aos conselheiros incompetentes envolvidos.
Mais um mico da gloriosa e imortal direção tricolor: e o que vocês me dizem do anúncio da contratação de Wellington Paulista feito pelo presidente deputado sem ele saber que o cara, pela lei, só poderia jogar em 2012?

Agora, sabe o que acontece quando as duas diretorias incompetentes se juntam? Imagine. Ou melhor, não imagine. Apenas se lembre que o presidente deputado e o presidente da rodoviária assinaram um acordo suicida com a Rede Globo. Além de darem as costas para o único dirigente do país com peito para enfrentar Ricardo Teixeira – Fábio André Koff, também deram seu aval para que Flamengo e Corinthians se revezem como campeões brasileiros nos próximos 30 anos. E, como verdadeiras hienas que só fodem uma vez por ano, comem carniça e vivem rindo, se acham os presidentes mais espertos do mundo.

Bom, basicamente é isso. Se você conseguiu chegar até aqui e mesmo assim não se deprimiu com as lambanças do seu time, lembre-se que estamos apenas em agosto. E que o presidente de rodoviária e o presidente deputado ainda têm mais 1 ano de gestão. E que até lá sabe Deus o que mais vão aprontar. Só nos resta torcer. E rezar.
Quem é mais incompetente levanta a mão!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Eu preciso dizer que te amo

Meu amor,
Quero desde já me desculpar por não te mandar flores, carro de som, Totosinho ou cartão de aniversário. E não tome isso por indiferença ou descaso de minha parte. Até porque tu sabe que esta nossa relação de amor e ódio nunca impediu que eu manifestasse tudo o que sinto por ti. E olha que já se vão 38 anos desse relacionamento.
Mas é que, ao invés de presentes que se perdem ao longo do tempo, eu já te dei, há muito tempo, o que de mais valioso alguém pode dar a quem se ama: o amor eterno e incondicional. E não dá pra duvidar disso, né?
Quantas vezes choramos, rimos, sofremos juntos. Construímos uma relação baseada em cumplicidade, paixão e, como não poderia deixar de ser, em muita passionalidade. Nestes 38 anos, mesmo nas mais agudas crises, eu nunca te abandonei. Sequer olhei pro lado na tentativa quase infantil de encontrar consolo em outras cores. Segui à risca uma das máximas do casamento que é estar junto “na saúde e na doença, na alegria e na tristeza.”
E tudo isso nós vivemos de sobra. Nós temos uma história feita de lágrimas, brigas, emoções e conquistas. Agora, até sobrou um dinheirinho pra gente reformar nossa casa e melhorar ainda mais a relação.
Tu melhora tanto minha auto-estima, me faz sentir tão bem que eu nem me importo de te dividir com milhões de outros apaixonados.
É por tudo isso que, neste dia especial, eu quero te desejar tudo aquilo que a gente costuma desejar para um aniversariante querido: saúde pra seguir em frente. Juízo pra não cometer os erros do passado. E, principalmente, muita felicidade. Se ela estiver contigo, com certeza também estará comigo.
Até porque somos casados com comunhão integral de bens.
Feliz aniversário. Te amo.

Colorado: faça um pedido e apague a velinha.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Carta aberta a um casal apaixonado

Pois em meio a um tsunami no Japão, carnificinas escabrosas na Líbia e as escalações esdrúxulas do Celso Roth, eu tive a felicidade de participar de um momento mágico neste sábado, dia 12 de março:
o casamento da Ana e do Diego. Eu já conheço os dois há muito tempo. E posso dizer que são aquelas pessoas que, no dia em que nascem, Deus aponta o dedo e decreta:
“Estes terão a missão de mostrar a todos que ainda existe esperança.”
Pois foi o que fizeram neste sábado. Juntos e exalando paixão pelos poros, os dois elevaram uma cerimônia de casamento para algo muito maior: durante oito ou nove horas seguidas, fomos brindados com demonstrações gratuitas e bem didáticas sobre companheirismo, amizade, carinho, paixão e sobretudo amor.
E não só entre eles, os noivos. Mas deles para com seus familiares, com seus amigos, com todo mundo. Eu poderia falar sobre a cerimônia tocante, a emoção dos noivos no altar ou sobre a impecável recepção no Leopoldina Juvenil, a comida maravilhosa, a bebida gelada. Pela maravilhosa surpresa de reencontrar grandes amigos do mercado que eu não via há tanto tempo. Eu poderia até falar sobre a surpresa preparada para deleite de todos os convidados com um show-surpresa do Bochecha (aquele mesmo da dupla Claudinho & Bochecha). Mas isso tudo ficou em segundíssimo, terceiríssimo plano depois das lições explícitas sobre como ser feliz, como respeitar, como amar e ser amado.
Por tudo isso, Ana e Diego, eu quero agradecer, do fundo do meu coração pela aula de vida que vocês dois nos deram neste sábado.
E, se não for pedir muito, que do alto de seus poderes de serem pessoas tão boas e puras, torçam para que todos os seus amigos, inclusive este que vos escreve, sejam felizes para sempre. Assim como vocês certamente serão. Na saúde ou na doença. Na alegria ou na tristeza. No final de tudo é isso que vale.
Foto: Gabriela Luiza Hochscheidt

quarta-feira, 2 de março de 2011

Sandy>Paris Hilton

E essa agora? Depois do Kadhafi dizer que o povo líbio o ama, do John Galliano mostrar sua grife nazista para o mundo e do Ricardo Neis alegar que precisou fazer um strike em 20 ciclistas para não morrer, agora a Sandy me aparece como a “Garota Devassa” do carnaval 2011.
Sandy: a eterna menininha do Xororó. A Mariquinha que não queria abrir a porta nem para o garotão da família Lima. Pelo menos até o casamento.
Pois é ela a garota propaganda de cerveja Devassa. Mais do que isso, é ela a Devassa da maior festa pagã do país. E sabe que eu gostei?
Em primeiro lugar, porque na minha modesta opinião, cumpre uma regra básica da propaganda que é surpreender, pegar as pessoas no contrapé. Usar a Sandy como garota propaganda de uma cerveja chamada Devassa é tão surpreendente quanto dizer: “Deus existe. E ela é negra.” As redes sociais no dia de ontem e hoje só falam nisso, o que, pra mim, já atesta um certo e evidente sucesso na estratégia.
Em segundo lugar porque, como se não bastasse a felicidade do conceito da campanha concluir que “Todo mundo tem um lado Devassa”, a escolha da Sandy também é perfeita.
Explico: ano passado, a Garota Devassa da marca foi a Paris Hilton. E vamos combinar que, com o perdão do trocadilho, ela é o tipo de personalidade que já teve sua vida sexual devassada ao extremo. Ou você não lembra mais do videozinho dela tocando o instrumento de sopro do maridão? Sob este ponto de vista, apesar de estar super adequada ao tema “Devassa”, usar a Paris Hilton é quase tão óbvio quanto usar o Pelé para vender chuteira ou bola de futebol.
Agora, o uso da Sandy é de um valor que transcende qualquer explicação óbvia da propaganda para encontrar guarida no inconsciente das pessoas.
Vamos combinar que todo mundo imagina que a Sandy seja a imagem mais fiel da virgem casta do Brasil. O Kaká de saias, certo?
Mas ao mesmo tempo, lá no fundo, todo mundo também se permite desconfiar dessa imagem de santinha da genitália oca: “Mas e se ela não for assim, tão certinha?”
“E se ela for bem devassa naquela hora em que fecha a porta do seu quarto todo rosa e se esconde debaixo do edredon da Moranguinho pra devorar o garotão da família Lima?”
É aí que está a graça da campanha. É a primeira vez que vemos o nosso “se” em relação à Sandy se materializar em forma campanha. Não estamos mais sozinhos em nossos devaneios devassos. Já podemos imaginar a Sandy peidando (porque “soltar pum” é coisa da outra Sandy), arrotando, coçando a bunda e avisando pro garotão da família Lima que “vou lá no banheiro passar um fax pra Dilma”.
Nossa imaginação ganhou voz e imagem. E nos próximos dias vai sentar na mesma mesa de bar pra tomar uma Devassa com a gente e nos fazer a pergunta de sempre:
“E se ela for Devassa mesmo?”
Chora, Xororó!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Lugar de colorado hoje é na imaginação

Só por hoje, das dez à meia-noite, convido você, querido colorado, a fazer um exercício de imaginação. Assim que tiver entrado no Beira-Rio e se acomodado no seu lugar, feche os olhos por um instante e apenas imagine durante as próximas duas horas.
Imagine que, em dezembro, o seu Inter derrotou a Internazionale de Milão na final e sagrou-se Bicampeão do Mundo. E que você nem se lembra mais daquele time do Congo que o Colorado despachou com uma goleada na semi.
Imagine que até hoje, em todos os jogos que o time "A" fez no Gauchão(sim, nunca existiu um “B”), dentro do Beira-Rio, você gritou efusivamente junto com toda a torcida “Fica, Celso Roth” em uma merecida homenagem ao técnico que se reabilitou de suas teimosias antigas e que hoje coloca o time à frente para ganhar, ganhar e ganhar.
Imagine que o Colorado iniciou a Libertadores como o verdadeiro atual campeão: atropelando o Emelec. Já ganhava por 1 a 0 e, diante do desespero do adversário em se jogar para a frente, o técnico armou o time com um contra-ataque venenoso que disparou mais 4 gols no pobre goleiro adversário.
Imagine que o Guiñazu, por ser um volante e por ter feito apenas 13 gols em 15 anos de carreira, não vai ser responsável por chegar à frente.
Que o Bolatti, contratado a peso de ouro por ser um ótimo primeiro homem de meio-campo vai jogar exatamente ali, na primeira do meio-campo, sem invencionices.
E que Wilson Mathias, que nunca jogou nada em nenhuma posição, simplesmente não está no time.
Imagine que o time está a ponto de bala para vencer fácil o Jaguares e começar, ainda durante a partida de hoje, a se preocupar com o GreNal do próximo fim de semana pela semi do Gauchão.
Imagine que o Índio perdeu metade daquela bunda de baiana e está fininho, correndo como nunca.
Que o Nei aprendeu a ser produtivo.
E que o Lauro resolveu ser o goleiro confiável que nunca foi.
Imagine tudo isso, colorado. Só assim você vai ter força para berrar, gritar, assustar os mexicanos, empurrar o Inter para a frente e arrancar de qualquer maneira uma vitória tão necessária nessa noite.
Esqueça o Roth, os jogadores ineficientes e eventuais erros de passes e conclusão. Lembre-se que eles não são o Inter. Eles apenas estão Inter. O Inter é você e sua imensa torcida. E é nosso dever cuidar muito bem dele. Por isso, durante estas duas horas, deixe a vaia, o muxoxo e o xingamento de lado. Ou, no máximo, apenas na sua imaginação.
Na minha modesta opinião, ainda é melhor imaginar tudo isso do que ter que imaginar o Dunga como nosso próximo técnico.
Esqueça o Roth. Hoje, a bronca é com a gente!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Roth precisa urgentemente de pai e mãe

A Maria Clara, minha filha muito amada, tem dois anos e meio. E tá naquela fase em que a gente diz pra ela não colocar o dedinho na tomada porque vai machucar, vai queimar, vai dar choque. Bom, aí sim é que ela fica com mais vontade ainda de colocar o dedinho lá naquela tomada só pra testar a nossa paciência.
Aí o que acontece? Ela tem um pai e uma mãe que, antes que ela se machuque, tiram-na da frente da tomada e, com o dedo em riste, encerram a história com a célebre frase: “Nunca mais faz isso”.
Enquanto isso:
O Celso Roth, meu técnico muito questionado, tem 53 anos. E, por incrível que pareça, ainda tá naquela fase em que a gente diz pra ele não jogar com um atacante apenas porque vai faltar força ofensiva, gols e vitórias. Bom, aí sim é que ele fica com mais vontade ainda de colocar um só atacante só pra testar a nossa paciência.
Aí o que acontece? Bem, ele deveria ter um pai e uma mãe – aqui representado pelos diretores acima dele que, antes que ele inventasse de levar a campo um mísero atacante no time, colocassem o dedo em riste e encerrassem para sempre a história com a célebre frase: “Nunca mais faz isso”.
Mas o Celso Roth não tem um pai e uma mãe pra lhe colocar de castigo, lhe dar uma bronca e cobrar fortemente pela vontade doentia de ir contra uma torcida inteira só pra demonstrar seu poder. Poder burro, teimoso e covarde. Mas que não deixa de ser um poder.
Diretorias omissas, sem pulso, sem convicção e sem a verdadeira capacidade para liderar, costumam dar poder pleno e absoluto a técnicos incapazes de diferenciar um atacante de um meio-campo. E isso é fatal pra quem quer ganhar algum título decente.
Roth precisa urgentemente de um pai e uma mãe enérgicos que o impeçam de colocar o dedinho na tomada. Caso contrário, ele vai acabar queimando, não o dedo, mas um ano inteiro.

Tá fazendo arte, nenê!!!


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Papai é o maior e sempre será

Querido pai,
Com 38 anos de atraso, eu venho em público te agradecer por tudo o que você fez por mim até aqui.
Obrigado por nunca ter me abandonado, física e espiritualmente, durante todo este tempo.
Obrigado por nunca ter deixado que faltasse alguma coisa, qualquer que fosse, na minha vida e na de meus irmãos.
Obrigado por ter me ensinado tanto sobre ética, honestidade e trabalho. E se eu não aprendi tudo, não se lamente. A culpa não foi do professor e sim, do aluno.
Obrigado pela sua história de vida, rica em superação, determinação e humildade.
Obrigado por ser ainda hoje a mão que me levanta das quedas e o abraço que me conforta nas vitórias.
Obrigado por ser o melhor avô que a Maria Clara poderia ter e o melhor pai com o qual eu poderia sonhar.
Mas acima de tudo, obrigado por ter me feito colorado, vermelho, encarnado, do clube do povo.
Por ter me levado, lá em 1978, ao meu primeiro jogo, contra o Colorado do Paraná - 1 a 0 para o Inter, gol de cabeça de Caçapava, e definitivamente me mostrado o caminho da felicidade.
Obrigado por ter sido sempre o companheiro fiel da minha infância quando ouvíamos os jogos fora do Beira-Rio, pelo radinho da sala.
Obrigado por ter me apresentado a Figueroa, Falcão, Carpegiani, Waldomiro, Príncipe Jajá, Benitez e tantos outros primeiros ídolos daquela paixão que virou amor em tão pouco tempo.
Obrigado por ter me dado o orgulho de vestir uma camisa encarnada cheia de conquistas, títulos e respeito. Quanto às derrotas, inevitáveis em uma história de mais de 100 anos, eu lembro do clichê tão usado pelos pais para entender que, sim, doeram muito mais em você do que em mim. Embora não seja a mais pura verdade, né?
Hoje começa tudo de novo, pai. E eu espero que lá no fim, assim que o juiz apitar o final da última partida, eu possa manter a rotina dos últimos anos: te ligar de onde quer que eu esteja, rouco e feliz, só pra te cumprimentar por mais um título. E te agradecer, do fundo do meu coração absolutamente vermelho, por ser teu filho. Teu filho colorado.

*Este texto é uma singela homenagem a todos os pais colorados como o meu. Se o seu pai é um deles, lhe dê um abraço e agradeça. Se não fosse ele, você poderia estar completando em 2011 uma década sem ganhar porra nenhuma.   

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Bundas gordas amam elevador de shopping

Você aí, que é pai ou mãe e que está lendo este texto, com certeza já passou por uma situação destas: você vai ao shopping com sua filha, ela no carrinho e, quando pretende subir ou descer para outro andar você não pode fazê-lo pela escada rolante.
Os avisos proíbem que você suba as escadas com um carrinho, medida que já deve ter evitado diversos acidentes. Aí, ou você se contenta em ficar andando em círculos no mesmo andar ou pega o elevador.
Bom, todo mundo sabe que elevador de shopping você chama na Páscoa pra ele te ouvir só no Natal. Minutos eternos à espera do elevador e você ali, confiando que eu dia ele vai chegar.
Aí, como que por milagre, a porra do elevador chega. Você se prepara par entrar com sua filha e o que acontece? O elevador está lotado. Bom, tudo bem, você deve estar pensando. Shopping é o maior passatempo da esfera terrestre e, obviamente está cheio de crianças a bordo de seus carrinhos empurrados pelos pais. Engano.
Invariavelmente o elevador está abarrotado de garotões fortinhos, patricinhas rebocadas, casais de meia-idade e gente absolutamente saudável que prefere manter a banha e as celulites no seu devido lugar: nas suas bundas, nas suas barrigas e nos seus cérebros.
Gente burra e sem noção que não se dá conta, nem por um segundo, que aquele elevador mais lento que a reforma judiciária do país serve, em primeiríssimo lugar, para transportar portadores de necessidades especiais, idosos e crianças em seus carrinhos. Fácil, não? Quase tão fácil quanto tirar jogador do Grêmio.
Então, se você é destes arigós sem o mínimo de noção solidária que pega o elevador porque tá cansadinho ou com preguicinha, ponha a mão nessa sua consciência sedentária e se dê conta de que elevador de shopping não é um artigo de luxo. É uma necessidade.
E eu faço a minha parte: juro solenemente que, assim que a Maria Clara não precisar mais do carrinho, eu só usarei as escadas rolantes.
Uma porque eu nunca usei elevador de shopping em condições normais e outra porque, decididamente, a cidade não precisa de mais um imbecil para engrossar suas fileiras. Desse tipo de gente, nós já temos bastante. Os elevadores de shopping que o digam.
Lê e aprende, amiguinho sem noção.


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Sport Club Frescura

Padeiro faz pão. Advogado advoga. Engenheiro constrói e jogador de futebol joga. Óbvio? Pra diretoria colorada, não. É que, de uns anos pra cá, instalou-se fortemente no Beira-Rio a chamada “Preservação” dos atletas. (caro leitor, esta é a última vez que você vai ler esta palavra no texto. A partir de agora, passo a usar a expressão “Frescura”, muito mais apropriada).
A Frescura consiste em tirar o time titular de campo para colocá-lo em uma redoma de vidro. Ou seja, sob o regime da Frescura o jogador bebe, come, dorme, treina, viaja e, pasmem, não joga! E quando jogam? Ah, só em partidas consideradas importantes pelos gênios colorados. Isso, entre outros campeonatos, já nos tirou da briga de um Brasileiro fácil de se ganhar em 2010. Pra quem não se lembra, o Inter largou o campeonato em agosto de 2010, “poupando” seus bibelôs para um jogo que só seria realizado em dezembro!!! O resultado dessa medida pouco inteligente todo mundo conhece mas não custa lembrar: o time entrou sonolento, soberbo e sem ritmo de competição contra um time lamentável do Congo e acabou sendo o protagonista da maior vergonha, não só do clube como do futebol brasileiro, em todos os tempos, desde a pedra lascada.
Bom, depois disso, até minha filhinha de 2 anos poderia pensar que os gênios colorados aprenderam a lição. Pois a Maria Clara errou! Não, filhinha. Os titios colorados não aprenderam a lição. Eles já estão alardeando nos microfones que este ano o time b – que na verdade, pelo que já demonstrou, não passa de um time z, vai jogar todo o Gauchão, mesmo quando o time titular voltar de férias. Este time, o considerado titular pelos gênios colorados, só entra em campo em fevereiro para disputar a primeira partida da Libertadores contra o Emelec, lá no Equador. E aí, mais uma vez a Maria Clara entra em ação e pensa que este jogo vai ser um terror para um time que até então não disputou nenhum jogo amistoso – ainda não existe esta programação, pelo menos, quiçá um jogo oficial.
O que nos resta? Rezar para que o time z do Inter não caia no Gauchão.
Rezar para que os gênios colorados recuperem o probleminha de memória e lembrem-se do fiasco de um mês atrás, justamente por esta decisão errada de “frescurar” com seus cristaizinhos delicados.
Rezar para que o Inter não siga sua senda de fiascos e que não seja eliminado na primeira fase da Libertadores.
E, acima de tudo, nos darmos conta de que, se em janeiro já estamos usando o verbo “rezar”, muito provavelmente em dezembro, já estaremos usando o verbo “cair”. Tudo em nome da Frescura. 

A propósito: o homem-gol deste ano é o Alecsandro? Mais 90 “pai-nossos” e 100 “ave-marias” pra você, torcedor colorado. 
Pra lembrar: em dezembro, Kidiaba derrotou os Kifrescura.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Essa mina que se foda

Ok. Antes de falar sobre o Ronaldinho, vou escrever uma frase sobre a participação do Inter no Mundial: foi o maior fiasco da história do futebol brasileiro e a gente ainda vai ouvir(e com razão) muita piadinha sobre este vexame.
Mas e o Ronaldinho, hein? Estou entre aqueles colorados que tinham certeza de que a vinda do Ronaldinho seria ótima para o Grêmio por diversos aspectos:
1) O Grêmio é o único clube do mundo em que ele se obrigaria a entrar em forma e jogar bola. Óbvio, não o que jogou em 2005 mas vamos combinar que 50% daquele Ronaldinho já seria o suficiente pra ganhar a Libertadores.
2) O Grêmio iria ganhar muito dinheiro com publicidade e novos investidores, fora os jogadores que se interessariam por jogar no Olímpico.
3) Depois de tanto tempo longe dos holofotes pelas razões que todos já conhecem, o Grêmio teria uma super exposição mundial.
Mas tudo tem um limite. Sabe o cara que está rastejando atrás de uma namorada que lhe meteu o pé na bunda, acabou o relacionamento e tá flertando com outro?
Pois chega uma hora em que até ele para e se dá conta: “Porra, tô me humilhando demais. Essa mina não merece tudo isso.”
O Grêmio fez exatamente isso. Chegou uma hora em que seu presidente se deu conta de que nem essa nem qualquer outra mina do mundo merece tanta prostração de uma instituição com mais de 100 anos de história.
Acho que ele fez muito bem quando disse no sábado, em alto e bom som, (talvez até usando as caixas de som preparadas para receber o jogador):
“Essa mina que se foda. Antes de gostar de qualquer outra mina, o Grêmio gosta muito mais de si.” Não, não foi exatamente com essas palavras, mas Paulo Odone reafirmou que no seu Grêmio existe sim o princípio básico do amor próprio e da auto-estima.
Parabéns ao presidente Paulo Odone que, ao contrário do discurso fanfarrão da posse, mostrou agora, no sábado, o verdadeiro tamanho do Grêmio. Grande. Muito maior que o Ronaldinho ou qualquer outro habitante da face da terra.
E só pra não deixar passar em branco: o episódio R10 teve um grande bobalhão que conseguiu até superar a malandragem do Assis, o jeito de guri retardado do Ronaldinho na patética coletiva, as palminhas pouco profissionais dos jornalistas cariocas na mesma patética coletiva e a cara de bunda dos gremistas com o desfecho: foi o deputado estadual gilmar sossella, que do alto do seu “nada pra fazer de melhor” vai sugerir em assembléia que Ronaldinho e seu irmão sejam considerados personas non gratas no estado. Quem é mais persona non grata para os gaúchos? Quem enganou o Grêmio ou quem votou no próprio aumento de 73%, um verdadeiro soco na cara da população? Parabéns, deputado. Ganhou seu corpo 10 em caixa baixa de fama. Pelo menos, aqui neste blog.
Crédito da montagem: algum colorado muito bem humorado