segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Essa mina que se foda

Ok. Antes de falar sobre o Ronaldinho, vou escrever uma frase sobre a participação do Inter no Mundial: foi o maior fiasco da história do futebol brasileiro e a gente ainda vai ouvir(e com razão) muita piadinha sobre este vexame.
Mas e o Ronaldinho, hein? Estou entre aqueles colorados que tinham certeza de que a vinda do Ronaldinho seria ótima para o Grêmio por diversos aspectos:
1) O Grêmio é o único clube do mundo em que ele se obrigaria a entrar em forma e jogar bola. Óbvio, não o que jogou em 2005 mas vamos combinar que 50% daquele Ronaldinho já seria o suficiente pra ganhar a Libertadores.
2) O Grêmio iria ganhar muito dinheiro com publicidade e novos investidores, fora os jogadores que se interessariam por jogar no Olímpico.
3) Depois de tanto tempo longe dos holofotes pelas razões que todos já conhecem, o Grêmio teria uma super exposição mundial.
Mas tudo tem um limite. Sabe o cara que está rastejando atrás de uma namorada que lhe meteu o pé na bunda, acabou o relacionamento e tá flertando com outro?
Pois chega uma hora em que até ele para e se dá conta: “Porra, tô me humilhando demais. Essa mina não merece tudo isso.”
O Grêmio fez exatamente isso. Chegou uma hora em que seu presidente se deu conta de que nem essa nem qualquer outra mina do mundo merece tanta prostração de uma instituição com mais de 100 anos de história.
Acho que ele fez muito bem quando disse no sábado, em alto e bom som, (talvez até usando as caixas de som preparadas para receber o jogador):
“Essa mina que se foda. Antes de gostar de qualquer outra mina, o Grêmio gosta muito mais de si.” Não, não foi exatamente com essas palavras, mas Paulo Odone reafirmou que no seu Grêmio existe sim o princípio básico do amor próprio e da auto-estima.
Parabéns ao presidente Paulo Odone que, ao contrário do discurso fanfarrão da posse, mostrou agora, no sábado, o verdadeiro tamanho do Grêmio. Grande. Muito maior que o Ronaldinho ou qualquer outro habitante da face da terra.
E só pra não deixar passar em branco: o episódio R10 teve um grande bobalhão que conseguiu até superar a malandragem do Assis, o jeito de guri retardado do Ronaldinho na patética coletiva, as palminhas pouco profissionais dos jornalistas cariocas na mesma patética coletiva e a cara de bunda dos gremistas com o desfecho: foi o deputado estadual gilmar sossella, que do alto do seu “nada pra fazer de melhor” vai sugerir em assembléia que Ronaldinho e seu irmão sejam considerados personas non gratas no estado. Quem é mais persona non grata para os gaúchos? Quem enganou o Grêmio ou quem votou no próprio aumento de 73%, um verdadeiro soco na cara da população? Parabéns, deputado. Ganhou seu corpo 10 em caixa baixa de fama. Pelo menos, aqui neste blog.
Crédito da montagem: algum colorado muito bem humorado

5 comentários:

  1. Eu, que esperava uma galhofa geral nesse post, fui, mais uma vez, surpreendido pela sobriedade e lucidez do nosso eterno El Presidente.

    Parabéns, Solletão. O Grêmio merece mais rivais com a tua elegância e reconhecimento.

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  2. Grande Soletti, eu como gremista não falaria melhor ! Me junto ao comentário do Duda ai em cima e reforço tua grande qualidade como adversário ( de time , né ). Um grande abraço

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  3. Sinceramente, sejamos sinceros. O Odone não teria peito pra desistir.
    Vamos aos fatos (imaginários):
    - Odone, seguinte: fechamos com o Mengo, cara.
    - Porra, Assis! E o Grêmio?
    - É cara, mas o Ronaldo precisa de mais mídia, e aqui vai ser foda. Sabe como é essa imprensa, vão ferrar o cara porque ta acima do peso, vão ficar em cima e ele não vai conseguir jogar.
    - Mas e agora? Que que eu digo pra torcida?
    - Na boa? Diz que eu pedi mais alguma coisa, não precisa nem dizer o que foi, mas foi a gota d'água pro Grêmio, e que tu desistiu.
    - Mas aí fica mal pra vocês.
    - Pois é, mas o Ronaldo não vai jogar aqui mesmo. Deixa assim. Ele vai ficar no Rio e encerrar por lá. Não faz diferença, e já estamos queimados aqui.
    - Ta certo então. Combinado.
    - Boa sorte, parceiro - encerra o assunto, Assis.

    Pra mim, foi isso aí. Grande bla bla bla esse papo do Odone.

    A propósito, quanto ao aumento de 73%, cujo Odone também votou a favor, entendo a necessidade. Pode ser necessário pra suprir a falta de recursos com o pagamento do aluguel da nova casa.

    Grande abraço.

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