quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Lugar de colorado hoje é na imaginação

Só por hoje, das dez à meia-noite, convido você, querido colorado, a fazer um exercício de imaginação. Assim que tiver entrado no Beira-Rio e se acomodado no seu lugar, feche os olhos por um instante e apenas imagine durante as próximas duas horas.
Imagine que, em dezembro, o seu Inter derrotou a Internazionale de Milão na final e sagrou-se Bicampeão do Mundo. E que você nem se lembra mais daquele time do Congo que o Colorado despachou com uma goleada na semi.
Imagine que até hoje, em todos os jogos que o time "A" fez no Gauchão(sim, nunca existiu um “B”), dentro do Beira-Rio, você gritou efusivamente junto com toda a torcida “Fica, Celso Roth” em uma merecida homenagem ao técnico que se reabilitou de suas teimosias antigas e que hoje coloca o time à frente para ganhar, ganhar e ganhar.
Imagine que o Colorado iniciou a Libertadores como o verdadeiro atual campeão: atropelando o Emelec. Já ganhava por 1 a 0 e, diante do desespero do adversário em se jogar para a frente, o técnico armou o time com um contra-ataque venenoso que disparou mais 4 gols no pobre goleiro adversário.
Imagine que o Guiñazu, por ser um volante e por ter feito apenas 13 gols em 15 anos de carreira, não vai ser responsável por chegar à frente.
Que o Bolatti, contratado a peso de ouro por ser um ótimo primeiro homem de meio-campo vai jogar exatamente ali, na primeira do meio-campo, sem invencionices.
E que Wilson Mathias, que nunca jogou nada em nenhuma posição, simplesmente não está no time.
Imagine que o time está a ponto de bala para vencer fácil o Jaguares e começar, ainda durante a partida de hoje, a se preocupar com o GreNal do próximo fim de semana pela semi do Gauchão.
Imagine que o Índio perdeu metade daquela bunda de baiana e está fininho, correndo como nunca.
Que o Nei aprendeu a ser produtivo.
E que o Lauro resolveu ser o goleiro confiável que nunca foi.
Imagine tudo isso, colorado. Só assim você vai ter força para berrar, gritar, assustar os mexicanos, empurrar o Inter para a frente e arrancar de qualquer maneira uma vitória tão necessária nessa noite.
Esqueça o Roth, os jogadores ineficientes e eventuais erros de passes e conclusão. Lembre-se que eles não são o Inter. Eles apenas estão Inter. O Inter é você e sua imensa torcida. E é nosso dever cuidar muito bem dele. Por isso, durante estas duas horas, deixe a vaia, o muxoxo e o xingamento de lado. Ou, no máximo, apenas na sua imaginação.
Na minha modesta opinião, ainda é melhor imaginar tudo isso do que ter que imaginar o Dunga como nosso próximo técnico.
Esqueça o Roth. Hoje, a bronca é com a gente!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Roth precisa urgentemente de pai e mãe

A Maria Clara, minha filha muito amada, tem dois anos e meio. E tá naquela fase em que a gente diz pra ela não colocar o dedinho na tomada porque vai machucar, vai queimar, vai dar choque. Bom, aí sim é que ela fica com mais vontade ainda de colocar o dedinho lá naquela tomada só pra testar a nossa paciência.
Aí o que acontece? Ela tem um pai e uma mãe que, antes que ela se machuque, tiram-na da frente da tomada e, com o dedo em riste, encerram a história com a célebre frase: “Nunca mais faz isso”.
Enquanto isso:
O Celso Roth, meu técnico muito questionado, tem 53 anos. E, por incrível que pareça, ainda tá naquela fase em que a gente diz pra ele não jogar com um atacante apenas porque vai faltar força ofensiva, gols e vitórias. Bom, aí sim é que ele fica com mais vontade ainda de colocar um só atacante só pra testar a nossa paciência.
Aí o que acontece? Bem, ele deveria ter um pai e uma mãe – aqui representado pelos diretores acima dele que, antes que ele inventasse de levar a campo um mísero atacante no time, colocassem o dedo em riste e encerrassem para sempre a história com a célebre frase: “Nunca mais faz isso”.
Mas o Celso Roth não tem um pai e uma mãe pra lhe colocar de castigo, lhe dar uma bronca e cobrar fortemente pela vontade doentia de ir contra uma torcida inteira só pra demonstrar seu poder. Poder burro, teimoso e covarde. Mas que não deixa de ser um poder.
Diretorias omissas, sem pulso, sem convicção e sem a verdadeira capacidade para liderar, costumam dar poder pleno e absoluto a técnicos incapazes de diferenciar um atacante de um meio-campo. E isso é fatal pra quem quer ganhar algum título decente.
Roth precisa urgentemente de um pai e uma mãe enérgicos que o impeçam de colocar o dedinho na tomada. Caso contrário, ele vai acabar queimando, não o dedo, mas um ano inteiro.

Tá fazendo arte, nenê!!!


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Papai é o maior e sempre será

Querido pai,
Com 38 anos de atraso, eu venho em público te agradecer por tudo o que você fez por mim até aqui.
Obrigado por nunca ter me abandonado, física e espiritualmente, durante todo este tempo.
Obrigado por nunca ter deixado que faltasse alguma coisa, qualquer que fosse, na minha vida e na de meus irmãos.
Obrigado por ter me ensinado tanto sobre ética, honestidade e trabalho. E se eu não aprendi tudo, não se lamente. A culpa não foi do professor e sim, do aluno.
Obrigado pela sua história de vida, rica em superação, determinação e humildade.
Obrigado por ser ainda hoje a mão que me levanta das quedas e o abraço que me conforta nas vitórias.
Obrigado por ser o melhor avô que a Maria Clara poderia ter e o melhor pai com o qual eu poderia sonhar.
Mas acima de tudo, obrigado por ter me feito colorado, vermelho, encarnado, do clube do povo.
Por ter me levado, lá em 1978, ao meu primeiro jogo, contra o Colorado do Paraná - 1 a 0 para o Inter, gol de cabeça de Caçapava, e definitivamente me mostrado o caminho da felicidade.
Obrigado por ter sido sempre o companheiro fiel da minha infância quando ouvíamos os jogos fora do Beira-Rio, pelo radinho da sala.
Obrigado por ter me apresentado a Figueroa, Falcão, Carpegiani, Waldomiro, Príncipe Jajá, Benitez e tantos outros primeiros ídolos daquela paixão que virou amor em tão pouco tempo.
Obrigado por ter me dado o orgulho de vestir uma camisa encarnada cheia de conquistas, títulos e respeito. Quanto às derrotas, inevitáveis em uma história de mais de 100 anos, eu lembro do clichê tão usado pelos pais para entender que, sim, doeram muito mais em você do que em mim. Embora não seja a mais pura verdade, né?
Hoje começa tudo de novo, pai. E eu espero que lá no fim, assim que o juiz apitar o final da última partida, eu possa manter a rotina dos últimos anos: te ligar de onde quer que eu esteja, rouco e feliz, só pra te cumprimentar por mais um título. E te agradecer, do fundo do meu coração absolutamente vermelho, por ser teu filho. Teu filho colorado.

*Este texto é uma singela homenagem a todos os pais colorados como o meu. Se o seu pai é um deles, lhe dê um abraço e agradeça. Se não fosse ele, você poderia estar completando em 2011 uma década sem ganhar porra nenhuma.