segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Os grandes sempre vencem

Ok, tenho que confessar: meu lado rancoroso e mesquinho queria muito que o Inter entregasse o jogo de ontem só pra prejudicar o Grêmio. Seria a vingança, em parte, pela entregada tricolor no ano passado. Estava decidido a torcer muito pelo Botafogo contra o Inter. Mas aí, a bola começou a rolar e o meu lado mesquinho foi perdendo espaço pra paixão. Aquela legítima, transparente. Quer saber?
Foda-se o Grêmio.
Clube que nasceu pra vencer não se contenta em ser um “Dedé” (aquele que só existe de escada pras piadas do Didi. Um mero coadjuvante) em uma decisão.
E aí eu me dei conta de uma coisa: o Inter atingiu um nível de conquistas e orgulho por elas tão grande que um verdadeiro colorado simplesmente não suporta ver seu time perder. Nem de brincadeira. Ok, que me desculpem as outras torcidas que hoje só fazem festa com vagas ou com a possibilidade delas. Mas a gente se acostumou a ganhar e, diante da simples possibilidade de perder, uma alergia medonha começa a brotar debaixo de nossas camisetas encarnadas.
O jogo de ontem não foi só um tapa na minha cara, mas de todos aqueles que desconhecem o sentido mais primitivo de um jogo de futebol que é ganhar.
Fiquei orgulhoso pela demonstração de grandeza, honra e hombridade do meu time. Fiquei orgulhoso por vestir esta camiseta que nem sempre vence, mas que toda vez que entra em campo é pra tentar vencer.
Desde ontem, abriu-se um abismo irreversível entre clubes que pensam grande e os que pensam miudinho, mesquinho, rasteiros. Os que só se contentam com as sobras.
Obrigado, Inter, por me resgatar das profundezas da mediocridade e por me acostumar tão mal. É por essas e outras que eu sou irremediavelmente apaixonado por ti.
                                         Não adianta. Clube grande tem mania de vencer.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

PARABÉNS PRA NÓS, GRÊMIO!

Quem me conhece sabe que uma das coisas que eu sempre critiquei foi a rivalidade burra. Aquela que gera ódio, às vezes morte, que puxa pra baixo e que não tem nada a ver com a verdadeira grandeza da dupla GreNal.
Por isso, me sinto tão à vontade para usar este espaço absolutamente colorado e homenagear o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense nos seus 107 anos de vida.
Vindo de uma família obviamente colorada, meu primeiro contato direto com a dor imposta pelo rival foi em 1977, eu com cinco anos, quando o Grêmio quebrou a hegemonia do Inter que já durava oito gauchões.
Aí, a década de 80 veio para instaurar uma rivalidade dentro de mim que nunca mais sairá. Aí começou o jogo.
Primeiro brasileiro, primeira Copa do Brasil, Libertadores, Mundial ( e vamos parar com esta bobagem de Intercontinental, né? Antes reconhecer o Grêmio campeão mundial do que o Corinthians como primeiro campeão mundial FIFA naquele torneio ridículo. Na boa, ninguém pode ser campeão do mundo ganhando do Vasco, no Maracanã.), e a hegemonia do gauchão com 6 longos títulos. Sim, mas o pior ainda estava por vir: a desgraçada década de 90 que trouxe consigo mais duas Copas do Brasil, uma Recopa, um Brasileiro, uma Libertadores, fora alguns gauchões.
Coincidentemente, 90 foi a década em que eu trabalhei na minha querida SLM, a agência do Grêmio. E, por estas coisas do destino, alguns dos anúncios comemorando aquelas vitórias tiveram minha humilde participação.
Eu tenho certeza de que estas duas décadas me ensinaram a secar o Grêmio justamente porque também me ensinaram a admirar sua história, seus títulos e sua torcida. Por isso, gremistas, não fiquem chateados com a secação dos colorados. Essa é a mais legítima demonstração de admiração por tudo o que o Grêmio representa no cenário nacional. E eu tenho certeza de que a secação gremista nesta década esmagadoramente colorada, também parte do mesmo princípio.
Até porque eu sei que nós só estamos arrumando nossas malas para mais um Mundial porque um dia nosso maior rival – e nunca maior inimigo, também alcançou duas vezes o lugar mais alto da América.
Assim como eu também tenho a plena certeza de que o Grêmio um dia vai voltar a conquistar a Libertadores. Porque esta rivalidade de querer sempre estar na frente do oponente é a rivalidade sadia e fundamental. É a rivalidade que empurra pra cima ao invés de puxar pra baixo.
Porque sua torcida é muito grande. Porque sua história sim é que é imortal. Porque o último sábado marcou um divisor de águas para o seu futuro, com um Conselho Deliberativo finalmente oxigenado e cheio de gente muito bem intencionada e, acima de tudo gremista até debaixo das unhas, como o Márcio Callage, o Minwer Daqawiya e o Adriano Snel – competentes colegas de profissão que eu tenho certeza de que vão me trazer muita dor de cabeça.
E nós colorados, em relação ao Grêmio, seguimos fazendo nossa parte que é secar, secar e secar.
Como aquele irmão mais novo que deu certo na vida, olhamos com um tenro carinho para o irmão mais velho, que um dia foi vencedor mas que nos últimos anos deu azar nos negócios e hoje mora de favor nos fundos da casa do cunhado. (Não esperavam que eu fosse me comportar até o final, né?)
Parabéns, Grêmio. Obrigado por tudo. E mais 107 anos de vida pra vocês. Que também significarão mais 107 anos de vida pra nós.
                                  *Anúncio feito na SLM para a conquista da Copa do Brasil/97.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

CALA A BOCA, VOZ DO BRASIL!


Aí você sai do seu trabalho lá pelas 7 horas da noite. Teve um dia pesado, cheio de cobranças, reuniões, projetos que não deram certo, incomodações com algum colega e o chefe pegando no seu pé. O que você mais quer? Estar em casa, tomar um bom banho, comer alguma rápida, ir pra cama e esquecer que este dia existiu.


Só que antes de fazer tudo isso, você precisa pegar o carro e enfrentar um trânsito pouco/médio/max pesado – depende de onde você estiver aí me lendo, para, aí sim, chegar mais ou menos são e salvo em casa.

Aí, você entra no carro e, louco pra ouvir notícias sobre seu time ou o jogo que começa às 19h30min - horariozinho que só ajuda, você liga rádio e o que acontece?

Você ouve os primeiros acordes de “O Guarani”, uma das composições mais lindas do genial Carlos Gomes mas que, ao longo dos anos, ficou marcada impiedosamente como aquela musiquinha que anuncia o programa mais pé no saco do mundo: a Voz do Brasil.

E aí, por uma hora ininterrupta, poder judiciário, poder executivo, senado e câmara, sem falar dos drops a qualquer momento do Tribunal de Contas da União desfilam notícias, declarações e trechos de discursos de nossos queridos políticos.

Pô, gente... A Voz do Brasil surgiu em 1935 por causa da necessidade que o então presidente Getulio Vargas sentia em colocar a população a par de suas idéias. Isso tudo numa época em que não existia internet, TV era para poucos e os jornais ainda engatinhavam. A Voz do Brasil parece aquelas leis criadas há 80 anos e que já não têm o menor sentido e as autoridades levam mais 80 anos pra se darem conta de que é preciso mudá-las.

Será que ninguém ainda se deu conta de que vivemos em outro tempo?

Será que a Radiobrás nunca fez uma pesquisa para comprovar o traço de audiência durante esta uma hora interminável?

É o programa mais antigo do rádio brasileiro e com certeza resiste a todo este tempo às custas do nosso dinheiro.

Imagine um programa de uma emissora que dá zero de audiência sendo colocado no ar pro tanto tempo?

Por tudo isso, queridos amigos, eu uso esse espaço e o seu precioso tempo para protestar contra este meio/dinossauro meio/elefante branco.

E dizer que, toda vez que alguém diz “Em Brasília, 19h”, nasce uma espinha nas nádegas dos babacas antiquados que, todo o dia da semana, entre às 19h e 20h, forçam você à seguinte reflexão: o que eu ainda faço aqui?

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Você x Tiririca

E se o Tiririca virar deputado federal, a culpa é de quem mesmo?
É sua.
Sim. A culpa é sua aí que resolveu dar uma de revoltadinho e anulou o seu voto porque achou, equivocadamente, que todo o politico é corrupto e sujo.
O que aconteceu? Um bando de idiotas votou no Tiririca porque achou que seria engraçadinho ver o cara dançando com aquela pança indecente e cantando “Florentina’ no meio do Congresso.
Bem feito para os politicos, que vão ter um colega como o Tiririca?
Mais uma vez, você está enganado, amigão. Bem feito pra você que achou que a melhor forma de protestar contra a corrupção, a incompetência e o mau uso do dinheiro público era simplesmente fazer de conta que tudo isso não ia acabar voltando pra sua família, pro seu estado e pro seu país.
Num país que ainda engatinha em matéria de democracia e que tem o bom, mas às vezes o péssimo hábito de rir de si mesmo, só existe um cara mais idiota do que aquele paspalho que vota no Tiririca só pra tirar um sarro: é o cara que anula o voto.
Além de covardia, anular o voto é deixar que gente assim escolha o candidato por você.
E sempre que houver essa omissão, os tiriricas da vida continuarão infestando nosso congresso, roubando nosso dinheiro e rindo da nossa cara impunemente.
Quer uma dica? Sente a bundinha na cadeira e preste atenção no horário eleitoral gratuito. É um saco? É. Os programas são chatos? São. Mas formatura também é um troço chato e você vai a, pelo menos, umas quatro por ano.
Dedique alguns minutinhos do seu dia escolhendo o candidato certo e use a única arma que você tem num país onde se rouba muito e se pune pouco. Não caia nessa bobagem de que todo o politico rouba.
Nem espere pela justiça. Ela é cega e, aqui no Brasil, muito injusta. 
Faça você mesmo a justiça com suas próprias mãos.
Aponte seu título pra testa dos tiriricas, dos vampetas, das mulheres-pêra, maguilas e kikos do KLB e dispare, votando conscientemente em seus candidatos.
E não faça isso pelo Brasil ou pelo seu estado. Faça isso por você.
Depois não adianta colocar narizinho de palhaço e sair pra rua indignado se você foi o próprio na hora em que teve a chance de decidir e deixou que um bando de paspalhos decidissem por você.
Lugar de tiriricas é no circo nos fazendo rir e não no congresso pra nos fazer chorar a curtíssimo prazo.  
     

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Eu não sou argentino

A nossa admiração pelos argentinos vem de longa data. Sei lá...


Talvez seja pela proximidade geográfica com os hermanos. Talvez pela garra histórica do seu povo.

Talvez pela paixão que eles têm por seu país como nós temos pelo nosso estado.

Talvez até pelos preços bem mais acessíveis que nos dão a alegria de comprar alfajores, tênis e camisetas do Maradona aos quilos.

Até aí, tudo bem.

Agora, admirar os argentinos é uma coisa. Querer ser um argentino é outra completamente diferente. E nada contra eles. Mas querer ser um argentino, ou belga, ou hondurenho, seja lá o que for, é renegar o seu eu, as suas raízes, o seu jeito.

É mais do que qualquer outra coisa acusar uma inferioridade – que não existe, em relação a um povo que, sim, tem inúmeras qualidades.

Pois com o advento de uma era vermelha, esmagadoramente vermelha, temos sido brindados, tanto pela imprensa do centro do país quanto pelos próprios periodistas hermanos, com os mais rasgados comentários a respeito do Inter.

E, sinceramente, me sinto lisonjeado ao ver a imprensa argentina falando que o Inter é o mais argentino dos brasileiros.

De verdade, fico feliz quando vejo a imprensa do centro do país afirmando que o Inter joga a Libertadores como um time argentino – os maiores ganhadores da competição.

Sério, me encanto com a raça de um Guiñazu e a arte de um D’Alessandro, dois dos mais típicos argentinos.

Mas sabe de uma coisa? Mesmo agradecendo imensamente por estes comentários a respeito de nossa “argentinice”, eu humildemente dispenso todos estes rótulos a respeito do nosso time.

E faço por uma razão muito simples: a noite de ontem e os últimos quatro anos já deixaram bem claro que o vencedor não fala espanhol, não joga em um campo apertado e nem cospe na cara do adversário para chegar à vitória.

O vencedor veste uma camiseta vermelha encarnada e orgulhosa.

De sua história. De seus ídolos. De suas façanhas. De sua torcida.

O mundo já sabe que nós não precisamos ser argentinos.

Pelo simples fato de que, desde ontem, 18 de agosto de 2010, somos bem mais:

somos colorados.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

É Hoje!

Olha, Papai do Céu: o Senhor, melhor do que ninguém, sabe que eu nunca fui de pedir vitória do meu time num jogo contra o Novo Hamburgo. Sabe bem que eu nunca fui de fazer promessa pro meu time ganhar um jogo do Brasileirão ou um mata-mata da Copa do Brasil.


Só que agora, Papai do Céu, o furo é mais embaixo.

Sim, eu sei que nos últimos anos o Senhor não nos abandonou um só segundo. Afinal, os fatos estão aí para quem ainda questiona Sua simpatia pelo meu time:

o último time brasileiro campeão de um torneio internacional foi o Inter (sulamericana/2008).

O penúltimo time brasileiro campeão internacional também foi o Inter (recopa/2007).

O antepenúltimo time brasileiro campeão internacional também foi o Inter (mundial FIFA/2006).

E só pra encerrar esta parte que tá ficando monótona, o ante-antepenúltimo time brasileiro a ganhar um torneio internacional também foi o Inter (libertadores/2006). Isso que eu nem falei de Copa Suruga e Copa Dubai.

O Senhor tem feito tanta coisa boa pra gente que eu até fico meio sem jeito de pedir mais essa conquista.

Por isso, me nego a pedir uma vitória logo mais, ali no manto sagrado do futebol mundial. Eu só quero que o Senhor, se possível:

• Abençoe o Renan para que seus braços se multipliquem a ponto de até a goleira se intimidar e diminuir seu tamanho.

• Ilumine os caminhos da ala-direita para o Nei.

• Faça com que Índio e Bolívar sejam uma só muralha no combate aos mexicanos.

• Tire o Tang sabor tangerina das veias do Cléber e devolva a elas o sangue quente tão necessário para uma batalha como a de hoje.

• Com Sua mão divina, toque o peito do Sandro e coloque nele a alma do Falcão.

• Dê ao Guiñazu o poder de ser cinco e não apenas dois a correr enlouquecidamente pelo campo.

• Despeje gotas generosas de sabedoria no Tinga para que ele consiga terminar uma final sem ser expulso.

• Abençoe com todo o Seu vigor a canhota de D’Alessandro e o proteja das botinadas do inimigo.

• Deixe que o Giuliano siga seu caminho de predestinado e iluminado dessa Libertadores.

• Coloque asas sobre as pernas do Taison para que ele voe sobre a defesa adversária.

• Encha o Alecsandro de confiança e oportunismo.

• Transforme as pernas do Sóbis em flechas prontas para abater o inimigo.

E, mais do que qualquer outra coisa, perdoe definitivamente o Celso Roth pela sua amargura, teimosia e intransigência. Ele já aprendeu a lição e merece como poucos essa glória que se aproxima.

E, sem querer abusar de Sua paciência, peço-Lhe uma última coisa:

Faça com que os foguetes da quarta à noite sejam vermelhos, que os sorrisos sejam vermelhos e que a manhã de quinta seja repleta de rostos cansados, fatigados pela noite mal dormida.

Mas sobretudo felizes. Internacionalmente felizes.

Amém.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

E foi dada a largada!

Então. Já estava há um bom tempo pensando em ter um blog só pra mim. O twitter tem sido um bom exercício pra descarregar a adrenalina. Mas cheguei à conclusão de que eu precisava de mais de 140 caracteres pra escrever o que eu penso sobre os mais variados assuntos. Então, se você está procurando um blog com uma análise ponderada, técnica e imparcial sobre os mais variados assuntos, pode dar meia volta amigão.
O Soletadas é um blog criado para a mais simples e pura diversão de quem vos escreve. 
Aqui, falarei sobre os mais variados assuntos da forma mais superficial e parcial possível.
E quem vier passear por essas bandas, além de ser muito bem recebido, deverá respeitar uma única regra: não vale envaretar com o que estiver escrito, tá?
Eu só espero que você goste e que até possa contribuir pra que este blog cresça feliz e sadio.
PS: Essa menina linda da foto é a minha filha, Maria Clara, por quem sou perdidamente apaixonado. Coloquei esta foto porque, de uma certa forma, ela representa bem o espírito do Soletadas.