quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Bundas gordas amam elevador de shopping

Você aí, que é pai ou mãe e que está lendo este texto, com certeza já passou por uma situação destas: você vai ao shopping com sua filha, ela no carrinho e, quando pretende subir ou descer para outro andar você não pode fazê-lo pela escada rolante.
Os avisos proíbem que você suba as escadas com um carrinho, medida que já deve ter evitado diversos acidentes. Aí, ou você se contenta em ficar andando em círculos no mesmo andar ou pega o elevador.
Bom, todo mundo sabe que elevador de shopping você chama na Páscoa pra ele te ouvir só no Natal. Minutos eternos à espera do elevador e você ali, confiando que eu dia ele vai chegar.
Aí, como que por milagre, a porra do elevador chega. Você se prepara par entrar com sua filha e o que acontece? O elevador está lotado. Bom, tudo bem, você deve estar pensando. Shopping é o maior passatempo da esfera terrestre e, obviamente está cheio de crianças a bordo de seus carrinhos empurrados pelos pais. Engano.
Invariavelmente o elevador está abarrotado de garotões fortinhos, patricinhas rebocadas, casais de meia-idade e gente absolutamente saudável que prefere manter a banha e as celulites no seu devido lugar: nas suas bundas, nas suas barrigas e nos seus cérebros.
Gente burra e sem noção que não se dá conta, nem por um segundo, que aquele elevador mais lento que a reforma judiciária do país serve, em primeiríssimo lugar, para transportar portadores de necessidades especiais, idosos e crianças em seus carrinhos. Fácil, não? Quase tão fácil quanto tirar jogador do Grêmio.
Então, se você é destes arigós sem o mínimo de noção solidária que pega o elevador porque tá cansadinho ou com preguicinha, ponha a mão nessa sua consciência sedentária e se dê conta de que elevador de shopping não é um artigo de luxo. É uma necessidade.
E eu faço a minha parte: juro solenemente que, assim que a Maria Clara não precisar mais do carrinho, eu só usarei as escadas rolantes.
Uma porque eu nunca usei elevador de shopping em condições normais e outra porque, decididamente, a cidade não precisa de mais um imbecil para engrossar suas fileiras. Desse tipo de gente, nós já temos bastante. Os elevadores de shopping que o digam.
Lê e aprende, amiguinho sem noção.


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Sport Club Frescura

Padeiro faz pão. Advogado advoga. Engenheiro constrói e jogador de futebol joga. Óbvio? Pra diretoria colorada, não. É que, de uns anos pra cá, instalou-se fortemente no Beira-Rio a chamada “Preservação” dos atletas. (caro leitor, esta é a última vez que você vai ler esta palavra no texto. A partir de agora, passo a usar a expressão “Frescura”, muito mais apropriada).
A Frescura consiste em tirar o time titular de campo para colocá-lo em uma redoma de vidro. Ou seja, sob o regime da Frescura o jogador bebe, come, dorme, treina, viaja e, pasmem, não joga! E quando jogam? Ah, só em partidas consideradas importantes pelos gênios colorados. Isso, entre outros campeonatos, já nos tirou da briga de um Brasileiro fácil de se ganhar em 2010. Pra quem não se lembra, o Inter largou o campeonato em agosto de 2010, “poupando” seus bibelôs para um jogo que só seria realizado em dezembro!!! O resultado dessa medida pouco inteligente todo mundo conhece mas não custa lembrar: o time entrou sonolento, soberbo e sem ritmo de competição contra um time lamentável do Congo e acabou sendo o protagonista da maior vergonha, não só do clube como do futebol brasileiro, em todos os tempos, desde a pedra lascada.
Bom, depois disso, até minha filhinha de 2 anos poderia pensar que os gênios colorados aprenderam a lição. Pois a Maria Clara errou! Não, filhinha. Os titios colorados não aprenderam a lição. Eles já estão alardeando nos microfones que este ano o time b – que na verdade, pelo que já demonstrou, não passa de um time z, vai jogar todo o Gauchão, mesmo quando o time titular voltar de férias. Este time, o considerado titular pelos gênios colorados, só entra em campo em fevereiro para disputar a primeira partida da Libertadores contra o Emelec, lá no Equador. E aí, mais uma vez a Maria Clara entra em ação e pensa que este jogo vai ser um terror para um time que até então não disputou nenhum jogo amistoso – ainda não existe esta programação, pelo menos, quiçá um jogo oficial.
O que nos resta? Rezar para que o time z do Inter não caia no Gauchão.
Rezar para que os gênios colorados recuperem o probleminha de memória e lembrem-se do fiasco de um mês atrás, justamente por esta decisão errada de “frescurar” com seus cristaizinhos delicados.
Rezar para que o Inter não siga sua senda de fiascos e que não seja eliminado na primeira fase da Libertadores.
E, acima de tudo, nos darmos conta de que, se em janeiro já estamos usando o verbo “rezar”, muito provavelmente em dezembro, já estaremos usando o verbo “cair”. Tudo em nome da Frescura. 

A propósito: o homem-gol deste ano é o Alecsandro? Mais 90 “pai-nossos” e 100 “ave-marias” pra você, torcedor colorado. 
Pra lembrar: em dezembro, Kidiaba derrotou os Kifrescura.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Essa mina que se foda

Ok. Antes de falar sobre o Ronaldinho, vou escrever uma frase sobre a participação do Inter no Mundial: foi o maior fiasco da história do futebol brasileiro e a gente ainda vai ouvir(e com razão) muita piadinha sobre este vexame.
Mas e o Ronaldinho, hein? Estou entre aqueles colorados que tinham certeza de que a vinda do Ronaldinho seria ótima para o Grêmio por diversos aspectos:
1) O Grêmio é o único clube do mundo em que ele se obrigaria a entrar em forma e jogar bola. Óbvio, não o que jogou em 2005 mas vamos combinar que 50% daquele Ronaldinho já seria o suficiente pra ganhar a Libertadores.
2) O Grêmio iria ganhar muito dinheiro com publicidade e novos investidores, fora os jogadores que se interessariam por jogar no Olímpico.
3) Depois de tanto tempo longe dos holofotes pelas razões que todos já conhecem, o Grêmio teria uma super exposição mundial.
Mas tudo tem um limite. Sabe o cara que está rastejando atrás de uma namorada que lhe meteu o pé na bunda, acabou o relacionamento e tá flertando com outro?
Pois chega uma hora em que até ele para e se dá conta: “Porra, tô me humilhando demais. Essa mina não merece tudo isso.”
O Grêmio fez exatamente isso. Chegou uma hora em que seu presidente se deu conta de que nem essa nem qualquer outra mina do mundo merece tanta prostração de uma instituição com mais de 100 anos de história.
Acho que ele fez muito bem quando disse no sábado, em alto e bom som, (talvez até usando as caixas de som preparadas para receber o jogador):
“Essa mina que se foda. Antes de gostar de qualquer outra mina, o Grêmio gosta muito mais de si.” Não, não foi exatamente com essas palavras, mas Paulo Odone reafirmou que no seu Grêmio existe sim o princípio básico do amor próprio e da auto-estima.
Parabéns ao presidente Paulo Odone que, ao contrário do discurso fanfarrão da posse, mostrou agora, no sábado, o verdadeiro tamanho do Grêmio. Grande. Muito maior que o Ronaldinho ou qualquer outro habitante da face da terra.
E só pra não deixar passar em branco: o episódio R10 teve um grande bobalhão que conseguiu até superar a malandragem do Assis, o jeito de guri retardado do Ronaldinho na patética coletiva, as palminhas pouco profissionais dos jornalistas cariocas na mesma patética coletiva e a cara de bunda dos gremistas com o desfecho: foi o deputado estadual gilmar sossella, que do alto do seu “nada pra fazer de melhor” vai sugerir em assembléia que Ronaldinho e seu irmão sejam considerados personas non gratas no estado. Quem é mais persona non grata para os gaúchos? Quem enganou o Grêmio ou quem votou no próprio aumento de 73%, um verdadeiro soco na cara da população? Parabéns, deputado. Ganhou seu corpo 10 em caixa baixa de fama. Pelo menos, aqui neste blog.
Crédito da montagem: algum colorado muito bem humorado